terça-feira, 26 de janeiro de 2010


Nesse primeiro contato, somente a necessidade de me ater a minha estrita presença. Tê-la à tela. E, que o meu reflexo escrito aos garranchos, diluisse ante a esse espelho os seus sudários. Numa gama de cinzas e sombras, que sou, ou era. Reconhecendo nessa página descarnada, linho, já maculado em seu branco e bordado pela rugosidade de talos, o mistério. o nome tecido, face a face.

Nemhum motivo. Apenas percorro, sem fixar uma outra Damasco a minha frente, sem uma vontade ideal que me fizesse perder, pela busca, pela perseguição, o rascunho que eu fosse até então, e que, varado por uma luminescência dual, e incompleta, fosse como um vitral, projetando o seu discurso em feixes, sobre um chão de poeira e de pedras em desordem.

(desértica)

consigo transferir imagens ou sentimentos, sensações de nenhuma ordem.
Apenas escrevo, como quem caminha numa estrada, sem razão (aparente) qualquer, esquecido do motivo(ordendo)que o levou a andar, assim...

De um minuto a outro, tento extinguir absurdos e vazios postos, quase cristalizados nesse pequeno mar de letras, retas, assentos e ícones coloridos, vindos de outros vazios, de outros desesperos fraturados. *(congelado)

Hoje, postei os dedos na carne, durante todo o dia. Talvez, somente para renascer aqui, frente a esse espelho invernal, desenhando o meu mistério, estandarte contra uma fera antiga que me atinge, e, põen-se em renonovada fuga, sem deixar pegadas ou rastros. Mas, que como eu, caminha solitária em sua fuga, em sua sina de fera, em sua tarefa de ferir. Deixando para trás a concluir-se, a carcaça do verbo. Como o pensamento atrás de sí mesmo, agarrado ao rabo da sua própria serventia.


fera tarefa congelada na veia siberiana
por sob a sua tatuagem de tigresa branca
o fogo acesso do frio
de garras desenhadas
nas geleiras
como um lume afiado
do vento no cío